29 de Julho, 2021
Em 25 de julho é comemorado o dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas. Essa data é conhecida também como o dia do motorista no Brasil. E, para celebrá-la, nada mais justo que selecionar os melhores carros nacionais para quem gosta de dirigir.
O mercado nacional anda saturado de SUVs que seguem uma fórmula parecida, mas no meio de tudo isso alguns carros ainda se destacam pelo prazer ao dirigir. E isso pode vir em qualquer terreno: opções para quem gosta de rodar longe do asfalto também foram consideradas. Confira:
O downsizing chegou ao Brasil junto do começo da paixão do consumidor pelo cambio automático. Por isso, as opções de carros com motores turbinados modernos equipados com cambio manual são raras. A nova geração do Chevrolet Onix, lançada em 2019, surpreendeu ao oferecer motor turbo junto com a transmissão manual de seis marchas.
Essa combinação de powertrain é oferecida nas versões LT e LTZ; nossa recomendação é a mais completa LTZ. O motor 1.0 turbo de 116 cv e 16,8 kgfm é esperto e já entrega esse torque a 2.000 rpm. E mesmo vindo recheado de equipamentos no interior, o Onix LTZ pesa apenas 1.075 kg.
O acerto da suspensão do Onix é firme e prioriza mais o desempenho que o conforto. Para o uso diário ele pode parecer um pouco desconfortável em vias irregulares, mas a diversão no final de semana em uma estrada sinuosa está garantida.
Mal reclamamos de SUV na introdução e já sugerimos um? Mais ou menos: o Peugeot 2008 é um SUV que parece mais com uma perua. O ideal aqui seria o finado 208 GT, porém o hatchback perdeu a opção de motor THP e restou o seu irmão altinho.
O motor THP sobra no Peugeot 2008: são 173 cv e 24,5 kgfm para um crossover de 1.246 kg. O fabricante divulga que a aceleração de zero a 100 km/h é realizada em 8,1 segundos, deixando os outros SUV compactos na poeira. A transmissão hoje é automática de seis marchas, mas o 2008 THP já foi oferecido com cambio manual antes do face-lift.
Entretanto, o acerto do 2008 prioriza o conforto devido a sua proposta familiar. O que soa como uma contradição quando você utiliza o volante pequeno do carro, que tem a empunhadura de um esportivo. Apesar de ser rápido, o 2008 precisa de uma atenção na suspensão para virar um verdadeiro carro de entusiasta.
Agora vamos sair um pouco do asfalto e mostrar outro tipo de diversão: as trilhas. E nenhum carro nacional enfrenta as condições adversas melhor que o diminuto jipe da Suzuki. O Jimny utiliza a tradicional construção de chassi tipo escada com eixo rígido na dianteira e na traseira.
Original de fábrica, ele vem com boa articulação na suspensão e tração 4×4 com reduzida. Nas versões 4 Sport e Forest, o Jimny conta com parachoques especiais que permitem ângulo de ataque e de saída maiores, e a edição ainda inclui acessórios fora de estrada como o amortecedor de direção e a skidplate.
O motor 1.3 aspirado de 85 cv pode parecer insuficiente, mas graças ao peso baixo do Jimny e a transmissão com relações curtas, ele empurra o jipinho com dignidade. O jipinho da Suzuki também é uma boa base para os jipeiros com ideias mais extremas, pois a oferta de acessórios e peças de modificações para o Jimny no Brasil é farta.
O BMW Série 3 é considerado pelo mundo como referência em sedã esportivo, com seu bom equilíbrio entre esportividade e conforto. A BMW fabrica o 320i no Brasil, no estado de Santa Catarina, e por isso ele não poderia faltar nessa lista.
O 320i é o modelo de entrada da Série 3 no Brasil: mesmo com o motor 2.0 turbo de 184 cv, ele consegue divertir. A aceleração de zero a 100 km/h é realizada em 7,1 segundos, e a velocidade máxima fica em 240 km/h.
Diferente dos novos Série 1 e Série 2 Grand Coupé, o 320i segue a tradição da BMW de fazer carros de tração traseira. Essa configuração deixa o sedã com dinâmica mais equilibrada e bem mais interessante de dirigir.
O Chevrolet Cruze é o último hatch médio do Brasil, um tipo de carro que era querido pelos entusiastas. Como todo bom hatch médio, o Cruze vem bem equipado e passa uma imagem mais jovial que seu irmão sedã. Sob o capô, tem o motor 1.4 turbo de 153 cv.
Porém, não espere a esportividade que era encontrada no comportamento dinâmico de seus finados rivais Volkswagen Golf e Ford Focus: o Cruze puxa mais para o lado confortável do espectro. Mas quando comparado com os SUVs compactos de preço similar, o Cruze é mais estável e prazeroso de dirigir.
Na categoria dos sedãs médios, o Honda Civic sempre foi uma das opções mais esportivas, mesmo que às vezes seu design não reflita isso. O modelo de entrada Sport foi o último sedã médio do Brasil com cambio manual, mas a recomendação do dia é a topo de linha Touring com motor 1.5 turbo.
O Civic Touring vem com um pacote completo de equipamentos, e o motor turbo é o mesmo do cupê esportivo Si, porém com um acerto mais manso de 173 cv. A transmissão CVT faz que o desempenho seja próximo do Si em acelerações e oferece sete marchas simuladas, que podem ser trocadas através de borboletas atrás do volante.
Desempenho nunca foi o destaque nas picapes médias: os motores turbodiesel são torcudos mas são focados no trabalho. A Volkswagen deu uma mexida nisso quando colocou o V6 3.0 diesel de seus SUVs grandes na Amarok.
São 258 cv e 59,1 kgfm que fazem essa picape andar como um hot hatch. E toda essa força é passada para o chão através de uma tração integral permanente; nada de 4×4 com reduzida feita para o barro. A Amarok sempre foi considerada como a picape que mais parece com um carro na hora de dirigir e esse sistema de tração reforça o argumento.
Mas não esqueça que a picape ainda é um veículo alto, com chassi separado da carroceria e usa um eixo rígido com feixe de molas na traseira. A capacidade de carga na caçamba é de 1.156 kg, e a capacidade de reboque é de 2.710 kg.
Com o fim do Golf no Brasil, o Polo GTS entrou como opção para quem não gosta de SUV e procura um hatch bem equipado. Ele oferece um interior tecnológico e completo, acompanhado do estilo esportivo e do motor 1.4 TSI.
Boa parte da decoração do Polo GTS veio do GTI europeu, como o friso vermelho na grade e as rodas opcionais de 18 polegadas. O motor 2.0 TSI não atravessou o Atlântico, mas o 1.4 TSI de 150 cv já dá uma dose extra de desempenho em relação ao 1.0 TSI do Polo Highline. A única transmissão disponível é a automática de seis marchas.
O típico acerto firme dos carros da Volkswagen faz jus à estética esportiva do Polo. O motor 1.4 turbo faz com que a aceleração de zero a 100 km/h seja realizada em 8 segundos. E para quem quer essa esportividade mas tem família, existe o Virtus GTS com mais espaço no banco traseiro e um grande porta-malas.
Antes da existência do Sandero R.S. poucos entusiastas pensavam no compacto Renault quando o assunto era desempenho. O Sandero sempre esteve como a opção sensata e espaçosa da categoria. Essa versão esportiva feita pela Renaultsport francesa a pedido da filial brasileira trouxe uma nova vida para o hatchback fabricado no Paraná.
A receita do Sandero R.S. é simples, toda feita com peças da prateleira de componentes da Renault: o motor 2.0 16v F4R e a transmissão manual de seis marchas foram usadas no Megane e no Duster, e o volante veio do Clio R.S europeu. Segundo os donos, o motor 2.0 de 150 cv rende melhor com o etanol: abastecido com gasolina o desempenho cai bastante.
A suspensão firme foi calibrada para o desempenho e pode ser desconfortável no uso urbano. O cambio de relações curtas também pode incomodar no uso civil, dessa vez na estrada devido à alta rotação do motor na sexta marcha. Os pneus Michelin Pilot Sport 4 são uma escolha popular por preparadores e vêm de fábrica no Sandero R.S.
Se o Sandero R.S. é um carro divertido feito para o Brasil, o Super Buggy da Wake é um carro divertido feito no Brasil por brasileiros. Os buggies — ou bugres, dependendo de onde você mora — são veículos abertos e simples, tradicionalmente feitos sobre o chassi do Fusca para dirigir em praias.
O Super Buggy foge dessa fórmula por usar um chassi tubular de projeto próprio, com suspensão independente do tipo duplo A nos dois eixos e freios a disco nas quatro rodas. O motor continua montado na traseira, mas é o 1.6 EA111 da Volkswagen de 104 cv. O cambio é manual de cinco marchas e vem acoplado à celebrada caixa MQ200 da VW.
As rodas são de liga leve de 15 polegadas e, na dianteira, os pneus têm medida 235/75; na traseira o modelo usa 31/10.50 para garantir a tração na areia. Com o peso baixo de 820 kg, o Super Buggy tem relação peso/potência de 7,8 kg/cv, valor similar aos 7,9 kg/cv do Sandero R.S.
Segundo a Wake, esse chassi pode receber propulsão elétrica: em sua página do Facebook, o fabricante promete um Super Buggy com motor TSI. Vamos ficar no aguardo dessas novidades nacionais.
Fonte: https://autopapo.uol.com.br/noticia/10-melhores-carros-nacionais-para-quem-gosta-de-dirigir/